Puxe a cadeira, pegue um café e vamos direto ao ponto.
No Expresso Político de hoje, vamos falar das tentativas de anistia, mobilizações populares e tensões diplomáticas, que o Brasil viveu nestes últimos dias que podem moldar o cenário político até 2026. Nesta semana, o Brasil viveu um caldeirão político e econômico que lança luz sobre o tipo de ambiente que se desenha para os próximos meses. E, se depender da temperatura atual, não faltarão tensões.
Anistia camuflada: o Congresso joga para a torcida
O assunto mais inflamado foi, sem dúvida, a proposta de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro. Apesar da nomenclatura evitar a palavra proibida “perdão”, o Congresso ensaia uma redução generalizada de penas, em nome da pacificação nacional. O problema é que essa “pacificação” soa, para muitos, como acomodação política.
Do outro lado, a esquerda correu para as ruas em protesto contra qualquer afrouxamento. A pressão das bases lulistas foi sentida, mas os bastidores indicam que o governo não se opõe frontalmente à ideia, contanto que o desgaste fique nas costas do Congresso.
Mobilização civil e o retorno da direita às ruas
Enquanto isso, movimentos como o Reaja Brasil ganham trânsito nas redes e nas ruas. Pedem liberdade para os presos do 8 de janeiro e denunciam a politização do STF. O discurso de perseguição política volta a ganhar força, e com ele, uma direita mais mobilizada.
O fato é que essa tensão entre institucionalidade e anistia se tornou o novo campo de batalha simbólica entre governo, oposição e sociedade.
Diplomacia fora de sintonia
No cenário internacional, Lula se viu diante de um paradoxo: enquanto tenta estreitar laços com a União Europeia via Mercosul, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou publicamente que se reunirá com o petista. Um gesto que causa estranheza, visto o histórico de distanciamento entre ambos.
Aparentemente, nem mesmo o antipetismo de Trump é obstáculo para uma foto estratégica. A diplomacia brasileira tenta extrair dividendos de todos os lados, mas fica evidente que o pragmatismo supera as alianças ideológicas.
Economia: dólar em alta, contas no vermelho e manobras no Congresso
No campo econômico, o dólar ultrapassou a marca dos R$ 5,35, em meio a instabilidade externa e incertezas internas. O Ibovespa caiu, refletindo cautela do mercado.
Apesar disso, o saldo da conta corrente veio melhor que o esperado em agosto, com déficit de US$ 4,7 bi. Um alívio momentâneo para o governo, que ainda assim enfrenta desconfiança sobre sua capacidade de ajuste fiscal.
Para aprovar a isenção do IR para quem ganha até dois salários mínimos, o Planalto liberou R$ 3 bilhões em emendas parlamentares. A velha prática do “toma lá, dá cá” segue firme e forte. Nada novo no front.
Conclusão
O Brasil encerra a semana em suspenso. Entre a promessa de uma anistia velada, uma economia que oscila ao sabor das tensões e uma diplomacia cada vez mais ambígua, o país caminha sobre linha tênue entre composição e confrontação.
O eleitor, cada vez mais atento, precisa estar informado. Pois o jogo já começou, e 2026 será definido nas jogadas que começam agora.




